Quando um aluno finalmente se forma no curso de licenciatura, tudo parece que teve um final feliz. As provas, os trabalhos, as correrias com prazos, datas, as normas da ABNT, a terrível preparação e apresentação do TCC... tudo isso ficou para trás, é passado. O diploma ainda que não esteja com você materialmente, já é seu, basta uma formalidade na colação de grau para enfim pegá-lo.
Entretanto esse livro que você terminou de escrever, na realidade se conecta com um outro, o livro que vai contar a sua trajetória profissional na área da educação. E nesse novo livro, tudo o que você viveu na faculdade está escrito apenas na introdução, de forma resumida. Logo se percebe que o passado não influencia mais no presente e todas as teorias passarão a ser testadas de verdade.
Infelizmente na página 2 do novo livro você já percebeu que o final feliz não foi suficiente. Foi naquele instante de glória em que você jogou o chapéu para o alto na colação de grau, mas que os desafios são muitos !
Lecionar não é nada fácil, até porque devemos ingressar como professor eventual, a categoria com menos direitos e que é mais desrespeitada, afinal esse professor só cobre falta de algum outro que não pôde comparecer a sua aula naquele determinado horário.
Sua tarefa é árdua: controlar uma sala de trinta, quarenta alunos e passar algum conteúdo referente à disciplina que você está substituindo naquele momento. Lógico que você pode passar algum tema transversal (se não der tempo de debatê-lo em uma aula você conclui na próxima vez em que entrar lá) ou melhor ainda, quando o professor avisa previamente que vai faltar e já deixa algum conteúdo para que você possa aplicar.
Mas o desinteresse dos alunos impera. Muitos acham que não estão diante de um professor, só porque ele é eventual, acham que suas aulas não passam de falácias, que ele só está ali para ser feito de palhaço e presenciar todo tipo de piada infame... O desdenho e a falta de humildade afundam a categoria que já está bem enterrada.
A lição que se tira é que a universidade não prepara o professor para vivenciar uma sala de aula. E não coloco a culpa nela. O estágio docente é completamente diferente de se por diante de 30 alunos para dar uma aula que nem é sua e enfrentar o desinteresse, as discussões, as brigas. O que o sonhador que ingressa na universidade se esquece é que, ao começar a exercer a sua profissão, ele terá que começar por baixo (beeeem por baixo, ) e ir galgando posições para enfim ser um efetivo.
Mas em meio a tudo isso, temos situações que nos dão força para continuar e não desistir, é quando você é feliz por um breve instante ao longo do seu dia, ou semana, mês. É esse instante que te motiva a seguir em frente. Falarei sobre a parte motivacional em outro post !
Pra encerrar, como diria Chico Anysio, vulgo Professor Raimundo :"Pensa que é fácil ? Então vem aqui no meu lugar".
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